domingo, 24 de junho de 2012

Aos profissionais da Enfermagem do Rio de Janeiro




Felicitamos à toda a categoria da enfermagem carioca por essa histórica conquista, somente conseguida por força de uma incansável luta travada contra as forças conservadoras presentes no Estado brasileiro. Aqui no Rio de Janeiro, não dá para esquecer a "varredura" promovida pelos insensíveis (des) governos Marcelo Alencar/César Maia (PFL/DEMo/PSDB). Juntos demitiram cerca de 100 mil profissionais de saúde que acumulavam duas matrículas, em especial os da enfermagem, sobretudo nos anos noventa. Conheci de perto essa ingrata realidade. Entramos em depressão e alguns em desespero profundo pela circunstância de sofrimento existencial causado pela constante ameaça do fantasma da "cassação de matrículas" desses heroicos profissionais e chefes de família, que labutavam (e labutam) nas frentes assistenciais do SUS, em postos e hospitais federais, estaduais e municipais.

Lamentavelmente, alguns não compreendem o esforço feito por frentes de luta política, nos sindicatos e fóruns onde se discutiram tais questões, com lideranças autênticas e coerentes com a trajetória do que chamo de "Bloco Histórico" constituinte do atual governo federal, que vêm se empenhando no empoderamento de minorias, onde entre as quais situa-se a enfermagem, em cuja imensa maioria, é composta por mulheres e homens negros oriundos de estratos sociais historicamente marginalizados e/ou fronteitiços (vistos pelas elites como "recalcitrantes" e fadados ao crime!).

O quadro ainda persiste em relação a preconceitos dessa natureza, embora tenha havido alguma mudança. O serviço público constitui uma porta de entrada digna e democrática de acesso à cidadania para essas pessoas; por isso mesmo controlado pelos "proprietários do poder no seviço público", uma espécie de “Leviatan tupiniquim”. Prova da dita querela tivera sido os "apadrinhamentos" realizados pelos "falsos empresáriosda saúde" das famigeradas falsas cooperativas de saúde que lotearam perversamente os governos ora citados: verdadeiras “oficinas de locomotivas” e “trens da alegria” carregados de profissionais de saúde desempregados (exército de reserva), que margeavam a grade concorrente ao serviço público, oportunisticamente aliciados (quando não cooptados!) para atenderem demandas assitenciais fabricadas, com tabulações de dados maqueados e fraudulentos. Chegou-se ao despautério de se cobrar por “serviços prestados” em hospitais públicos do Rio de Janeiro.

Companheiros,

Espera-se com essa medida das 30 horas semanais cessar-se esse temerário “ciclo de maldades e incertezas” para com esses profissionais que operam um atendimento de qualidade e eficiência na rede pública de saúde.

Parabéns à enfermagem carioca. Agora rumemos à conquista da aprovação do Projeto de Lei 2295-2000 na Câmara Federal.

Att,

Abisaí Leite - Secretário Executivo do CDS AP 5.2

1 comentários:

  1. Enfermagem reage ao golpe do governo e já fala em greve geral em todo o país
    A agenda não cumprida ontem (27), na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi um show de desrespeito a todos os brasileiros e, em especial, aos profissionais da Enfermagem. A categoria, que deveria ser a protagonista da pauta do dia, acabou por formar a plateia de um circo de mentiras, em que alguns canastrões sem qualquer talento para a comédia, evoluíam descaradamente fazendo do Plenário um picadeiro. Assim, como espectadores revoltados pela absoluta falta de respeito, a Enfermagem foi (mal) tratada na Casa do Povo, diante das manobras conduzidas pelos deputados Arlindo Chinaglia e Jilmar Tatto (ambos do PT-SP), e ordenadas pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Tudo orquestrado pelo governo federal com o objetivo de derrubar a votação do PL 2295/00, mais conhecido como o Projeto das 30 horas.
    A reação das dezenas de manifestantes que lotaram as galerias da Câmara não passou despercebida. Vaias e gritos de guerra – “PT, cadê você? A Enfermagem não vota em você!” – mostraram claramente que a classe não vai se conformar e que vem chumbo-grosso por aí: nas redes sociais, a possibilidade de uma paralisação nacional da categoria já vem sendo aventada.
    Nos discursos que se sucederam por todo o dia não faltaram elogios à Enfermagem, dando conta da sua importância para a sociedade. A grande maioria dos parlamentares assumiu seu voto positivo publicamente. Mas, na prática, a situação era muito diferente: sórdidas maquinações tramadas nos bastidores, em nome do governo, acabaram por frustrar os profissionais da saúde, que há 13 anos batalham pela humanização da sua jornada de trabalho. E, mais uma vez, a categoria teve que engolir a amarga derrota.
    As desculpas para a não aprovação do PL pelo governo são várias e algumas beiram o ridículo. A ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti botou na conta até da crise econômica mundial. Mesmo com um atestado de viabilidade financeira para a implantação do projeto assinado pelo Dieese, o governo insiste que a redução da jornada – e consequentemente o necessário aumento nos quadros da Enfermagem em cerca de 30% - traria prejuízos bilionários às finanças públicas e privadas, abalando principalmente as prefeituras, o SUS, os hospitais-escolas e as Santas Casas. Porém, comenta-se nos bastidores, que a razão de tanto empenho em jogar contra a jornada das 30 horas está no forte lobby dos setores privado e filantrópico.
    A Enfermagem conhece a sua força e seu lugar na sociedade. O que pode acontecer se a categoria cruzar os braços? Nenhum movimento de paralisação neste País poderá se comparar aos estragos que provocaria uma greve geral de enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras. Será que os nobres parlamentares e o Executivo já se deram conta de que a Enfermagem vai reagir? Que a Onda Branca sairá às ruas para pedir apoio e explicar à sociedade suas reivindicações?
    O Presidente da Câmara, Marco Maia, garantiu em Plenário que não descansará enquanto não reagendar a matéria e, na próxima semana, pedirá a obstrução das medidas provisórias para trazer de volta à pauta, o mais breve possível, a votação da jornada de 30 horas. Nas redes sociais, já há um forte movimento para promover a paralisação total da categoria, às vésperas do próximo agendamento da votação do PL 2295/00, com o propósito de só retornar ao trabalho após a tão aguardada vitória.

    Fonte: Portal COREN-RJ - 29/06/2012

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